Três anos após aderir uma política contra a desinformação, a nova atualização do WhatsApp pode limitar ainda mais as mensagens encaminhadas. O alvo da vez são os grupos. A versão beta do aplicativo propõe a limitação do compartilhamento de mensagem a um grupo por vez.
O ano de 2018 foi atípico para o Brasil. As eleições daquele ano inauguraram um novo meio de propaganda eleitoral: as mensagens em massa disparadas aos grupos do Whatsapp. A tática se manteve nas eleições municipais de 2020.
Tendo em vista as denúncias de desinformação, em 2021 o Whatsapp adotou uma medida sutil para inibir o problema. As mensagens encaminhadas mais de cinco vezes eram marcadas com a tag “Encaminhada com Frequência”. Mas mesmo assim as denúncias sobre as fake news propagadas pelo Whatsapp cresceram.
Em outubro deste ano acontece o primeiro turno das eleições presidenciais, além da escolha de outros representantes. O TSE, em parceria com o WhatsApp, buscam diminuir a desinformação propagada através do aplicativo. A Meta ainda não divulgou nenhuma nota, mas há rumores de que a nova restrição serve para dificultar a divulgação de desinformação.
A nova versão do Whatsapp, a 2.22.7.2, traz novas limitações ao disparo de mensagens a grupos. Agora o usuário pode selecionar apenas um grupo por vez quando for encaminhar uma mensagem. Para encaminhar a mensagem a mais de um grupo, o usuário deve reencaminhar o conteúdo desejado.
Criptografia dificulta a fiscalização pela Meta
A Big Tech Meta, antiga Facebook, hoje é a responsável por grandes redes sociais, como Facebook e Instagram, bem como o aplicativo de mensagem WhatsApp. As mensagens são criptografadas de ponta a ponta e, apesar da mensagem ter um contador, a Meta não tem acesso aos dados.
A versão disponível do Whatsapp permite que o usuário encaminhe a mensagem até cinco grupos ou conversas simultaneamente. A atualização 2.22.7.2 beta do Whatsapp irá limitar o disparo para apenas uma conversa ou grupo. Apesar das especulações de que o recurso é uma medida contra a proliferação da desinformação, a Meta não divulgou suas motivações.
De acordo com o site WABetaInfo, um dos primeiros portais a divulgar o recurso, o novo recurso já está disponível para alguns usuários. Por enquanto, apenas aos dispositivos com Android. A tendência é que, em breve, o recurso esteja disponível em outros softwares, como iOS.
Concorrentes vão por outro caminho
O Telegram é um dos principais concorrentes do WhatsApp. Sendo assim, também é um meio que a desinformação pode ser propagada. Diferente do WhatsApp, o Telegram não limita o número de mensagens encaminhadas e pode ter até 200 mil pessoas num grupo. Em 2022, o TSE cobrou ao Telegram medidas para conter a desinformação.
Hoje em dia, o Telegram está presente em 60% dos smartphones vendidos no Brasil. Até agora o Telegram não se manifestou sobre o pedido do TSE. Na outra ponta, a nova atualização do Whasapp restringe o encaminhamento da mensagem a apenas um grupo.