Literatura brasileira: 15 livros incríveis

Ah, a literatura brasileira! Rica e diversa, ela nos proporciona obras para todos os gostos, momentos e situações. São diversas as suas fases e, certamente, falar sobre todas elas é um dos momentos preferidos de todos os professores de português.

Seja na escola, em casa ou para algum vestibular, a maioria dos brasileiros já teve contato com grandes livros brasileiros. E como viajar por eles é sempre um prazer, elaboramos uma lista com algumas das obras mais fascinantes para você seguir em sua jornada e explorar ainda mais os escritores de nosso país. Confira!

1 — Grande Sertão: Veredas – João Guimarães Rosa

Grande Sertão: Veredas é considerada a Odisseia brasileira. Ambientada no sertão nordestino, a obra traz a rica cultura da região a partir da história do jagunço Riobaldo. Vivendo uma crise interna, o protagonista tenta convencer o leitor e a si próprio, página a página. Inocente dos atos que cometeu enquanto jagunço, além de falar sobre seu amor por Diadorim e do pacto que fez com o diabo. 

2 – Dom Casmurro – Machado de Assis

No panteão dos escritores brasileiros, Machado de Assis figura no topo do estrelato. São diversas as suas obras que merecem figurar em uma lista de livros incríveis, e Dom Casmurro não pode ficar de fora. 

Terceiro romance da Trilogia Realista do autor, Dom Casmurro é um relato em primeira pessoa de Bento Santiago (Bentinho), que discorre sobre a própria vida. Ao longo do livro, o leitor descobre sua infância, a vida no seminário católico e o romance com Capitu — a dama de olhar oblíquo e dissimulado, bem como a paranóia de Bentinho sobre ela ter o traído ou não. 

3 — Quarto de Despejo – Maria Carolina de Jesus

Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada é o diário escrito pela própria autora falando sobre sua vida. Moradora da favela do Canindé, em São Paulo e mãe solteira de 3 filhos, Carolina relata seu cotidiano como catadora de papel, revelando um intenso, cruel e realista relato da dura vida dos favelados na maior cidade da América Latina. 

A obra carrega uma importância histórica imensa, já que, além de ser um relato sobre a vida das pessoas apagadas pela sociedade, é uma obra escrita por uma mulher negra em um país racista e segregacionista.

A leitura permite uma imersão em um cenário que, para muitos, é distante e intangível. 

4 — Capitães da Areia – Jorge Amado

Capitães da Areia é o romance que alçou Jorge Amado ao posto de grande escritor brasileiro. A obra narra a história de meninos pobres e marginalizados, que sobrevivem cometendo crimes e moram juntos em um cais de uma praia em Salvador, capital do estado da Bahia. 

As páginas deste livro nos leva a uma viagem junto ao grupo liderado por Pedro Bala, nos contagiando com o intenso desejo de liberdade do grupo de garotos e sua busca por uma vida melhor em meio a conflitos típicos da miséria e adolescência. 

Por outro lado, Capitães da Areia é também uma crítica e denúncia da miséria vivida pela maioria das crianças no Brasil.

5 — Auto da Compadecida – Ariano Suassuna

Escrita originalmente em formato de peça teatral, Auto da Compadecida é a obra-prima do lendário Ariano Suassuna. A história nos apresenta dois amigos que, ora por intenção, ora sem querer, vivem se arranjando problemas na vila onde mora. João Grilo é um trambiqueiro e Chicó um covarde que, por medo de viver, adora contar mentiras para encantar os outros.

Em meio a tantas encrencas, eles se deparam com a morte, o céu e o inferno, que assombram os personagens e revisitam uma intensa reflexão sobre as próprias atitudes. 

6 — Morte e Vida Severina – João Cabral de Melo Neto

O longo poema de João Cabral de Melo Neto foi escrito entre os anos de 1944 e 1945. A obra nos conta a trajetória do retirante (nome dado às pessoas que migraram do sertão nordestino para outros lugares do país) Severino, que precisa deixar sua vida no sertão para rumar ao litoral e vencer a fome. Em última instância, esta fuga é uma busca por vencer a própria morte.

Os versos mostram o cruel caminho do interior rumo a Recife, retratando a realidade dos retirantes e as dificuldades encontradas na capital em busca de oportunidades. 

7 — Felicidade Clandestina – Clarice Lispector

Ucraniana de nascença e brasileira de alma e corpo, Clarice Lispector é uma das grandes mulheres que a literatura brasileira nos proporcionou. Desta forma, é impossível que, ao menos uma de suas obras, não configure em qualquer lista de maiores clássicos da literatura brasileira. 

Publicado em 1971, Felicidade Clandestina é um livro de contos que reúne 25 histórias vividas no Recife e no Rio de Janeiro entre os anos 1950 e 1960. Portanto, a obra é autobiográfica e retrata a vida de Clarice em um prisma, abordando temas como a solidão, crises existenciais, reflexões sobre a vida e pequenos prazeres cotidianos. 

8 — Vidas Secas – Graciliano Ramos

Lançada em 1938, Vidas Secas é uma das principais obras da segunda fase do Modernismo Brasileiro.

A linguagem do livro é dura e de uma precisão que choca a muitos. O romance traz críticas e denúncias ao retratar a cruel vida no sertão nordestino. A história acompanha o drama de Fabiano e sua família (a esposa Sinhá Vitória, os filhos sem nomes e a cachorra Baleia). Que fogem da seca em busca de uma vida melhor. 

9 — Memórias de um Sargento de Milícias – Manuel Antônio de Almeida

Escrita originalmente em formato de folhetim entre 1852 e 1853, a obra foi compilada em um livro no ano seguinte. 

A trama gira em torno do protagonista Leonardo e sua curiosa trajetória de vida. Criança bagunceira e de difícil trato, acabou virando um malandro das ruas e, surpreendendo a todos, encontrou o seu lugar no mundo ao se tornar um sargento de milícias. 

10 — Iracema – José de Alencar

Iracema é o segundo livro da trilogia indianista de José de Alencar. O clássico romance conta a história de amor entre a indígena Iracema e o colonizador Martim. O livro é uma alegoria para a criação da terra do autor, o estado do Ceará. 

Moacir, filho de Iracema e Martim, seria, segundo José de Alencar, o primeiro cearense. E um retrato da população brasileira, fruto da miscigenação desde os primeiros anos da chegada dos colonizadores. 

A leitura da obra não é apenas um deleite literário, mas uma forma de compreender a visão dos brasileiros do século XIX sobre a dominação europeia e sua colonização no continente americano. 

11 — Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis

“Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas”.  É assim que começa a obra de Machado de Assis, que narra em primeira pessoa a biografia de seu protagonista-defunto. 

Intenso desde sua primeira frase, a obra é leitura obrigatória para quem deseja explorar os maiores clássicos da literatura brasileira e desvendar um pouco mais a mentalidade do grande Machado de Assis. 

12 — A Escrava Isaura – Bernardo Guimarães

Mais conhecida pela novela televisiva, a obra abolicionista de Bernardo Guimarães foi lançada em 1875. Ou seja, quando as inspirações republicanas e pelo fim da escravidão eram cada vez mais latentes no Brasil (que veria o fim da escravatura e do próprio império apenas 14 anos depois). 

Até hoje muito celebrada, Escrava Isaura conta a história da protagonista de mesmo nome, uma escravizada fruto de miscigenação que nasceu com a pele alva. 

13 — Os Sertões – Euclides da Cunha

O primeiro livro-reportagem da literatura brasileira também configura entre os mais fascinantes livros da literatura de nosso país. 

Se Grande Sertões: Veredas é a Odisseia brasileira, Os Sertões é a nossa Ilíada. Portanto, euclides da Cunha acompanhou as incursões do exército brasileiro na Guerra de Canudos, publicando com maestria os relatos e aspectos da sociedade brasileira da recém criada República. 

De leitura profunda e intensa, a obra aborda aspectos sociais, geográficos, políticos e econômicos do Brasil. Servindo também de denúncia para as crueldades realizadas com os sertanejos que sonhavam com uma vida melhor e mais justa em Canudos. 

14 — O Quinze – Rachel de Queiroz

Primeira obra da escritora Rachel de Queiroz, O Quinze narra e traça paralelos entre a vida de Chico Bento. Sua família e a relação afetiva entre Vicente – rude fazendeiro – e Conceição, sua prima culta e professora.

Assim como tantas outras obras da literatura brasileira, O Quinze se passa no Nordeste, mais precisamente em Fortaleza, Ceará, durante a violenta seca vivida na região em 1915. 

15 — A Rosa do Povo – Carlos Drummond de Andrade

Em suma, mais uma obra em forma de verso desta lista, A Rosa do Povo é um compilado de 55 dos mais clássicos poemas escritos por Carlos Drummond de Andrade entre os anos de 1943 e 1945. 

Muitas das poesias retratam o contexto global do período, marcado por radicais transformações, como a Segunda Guerra Mundial. Desta forma, é comum encontrar versos com tom engajado e político ao longo da obra. 

Extensa e rica: o livro oferece a oportunidade ideal do leitor de mergulhar no universo lírico de um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos.

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Em suma, gostou da nossa lista de livros incríveis da literatura brasileira? Agora que você já conhece 15 títulos para explorar, que tal criar a sua própria lista?